interculturalidade
Textos e outros materiais
EDUCAÇÃO INTERCULTURAL
(Fonte: ACIDI)
A questão da diversidade cultural passou, em pouca mais de uma década, a ser uma temática omnipresente. Não é a multiculturalidade das sociedades que se constitui como novo factor, é a consciência dessa multiculturalidade que é nova; as trocas comerciais e a coexistência de pessoas de diferentes origens num mesmo espaço geográfico foi uma constante ao longo dos séculos, mas a escala e o ritmo da mobilidade aumentaram exponencialmente. A sociedade multicultural é, portanto, uma realidade, um processo obviamente irreversível, que sempre esteve presente no desenvolvimento das sociedades.
Um olhar sobre as diferentes culturas e sociedades ao longo dos séculos mostra como a abertura e a permeabilidade são condições indispensáveis à evolução, tal como a biodiversidade é indispensável à continuação da vida. O que a consciência intercultural dos dias de hoje nos pode trazer é a capacidade de aprender com os erros do passado e, em vez de transformar a multiculturalidade em problema, reconhecer a sua enorme vantagem. Ou seja, transformar uma sociedade multicultural numa sociedade intercultural: em vez de um somatório ou justaposição de culturas que se confrontam ou se “toleram” num mesmo espaço, viver num cruzamento de culturas em transformação mútua, numa sociedade de direitos reais e efectivos – desde os direitos cívicos e políticos aos direitos económicos, sociais e culturais.
Uma sociedade em que a identidade pessoal e social não passa pela lealdade cega a um grupo de pertença, definido normalmente em oposição a alguém ou alguma coisa, mas sim por um processo de construção permanente, que aceita as diversas influencias e se alicerça nas semelhanças, nas diferenças, nas vontades conjugadas de construir uma sociedade mais justa e no sentido de pertença comum à humanidade. Todos habitamos um espaço comum, de que dependemos, onde ninguém tem mais direitos por ter chegado “antes”.
É neste