Interacionismo simbólico
O interacionismo simbólico escolhe para objeto de estudo os processos de interação que ocorrem em meios pequenos onde o modelo etnográfico em que se inspira é mais adequado e facilmente aplicável. Esta corrente assumiu-se por oposição à sociologia feita até então, que recorria a estudos de larga escala e à aplicação de métodos quantitativos. Criticou a crença na infalibilidade da estandardização dos questionários e a arbitrariedade - mascarada de certeza - existente nas variáveis adotadas pelos defensores das metodologias quantitativas. Para os interaccionistas, não há factos em si, exteriores aos indivíduos. O papel do investigador não é estabelecer nem descobrir um conjunto de factos mas sim observar atentamente os processos sociais patentes nas interações diretas entre os atores sociais, já que a ação social contém abertamente o seu próprio sentido. Analisar uma interação remete para as condições particulares em que ela ocorre. Para os interaccionistas essas condições deixam ao ator social uma margem de manobra, ao contrário do que defendem os funcionalistas, dominantes no panorâma científico do momento em que surge o interacionismo. A Escola de Chicago, com a sua inspiração pragmática e o recurso a métodos experimentais posicionou-se num quadro em que as ideias científicas, tal como o próprio quotidiano, se baseiam na experiência. George Herbert Mead, professor na Universidade de Chicago entre 1894 e 1931, entende a sociedade como um sistema de comunicações interindividuais significantes. No seu livro Mind, Self and Society (1934) desenvolve a ideia de que a sociedade não é algo dado, antes se construindo permanentemente na dinâmica dos atores sociais, isto é, nas suas interações. Erving Goffman, outro nome associado ao interacionismo simbólico, estudou as modalidades de comunicação dos habitantes de uma das ilhas Shetland e na sua obra The Presentation of Self in Everyday Life (1959) descreveu, recorrendo ao modelo teatral, as