INTERA O NA LEITURA DE TEXTO Pronto
A linguagem já foi caracterizada como “o instrumento mais eficiente para interferir na vida interior dos outros”. Não a linguagem, diríamos, mas o homem através dela, através de seu texto. A figura desse homem, o autor, ficou até agora relegada a um segundo plano: daí centrarmos este capítulo nessa figura a fim de colocá-la na sua devida dimensão. E começaremos definindo a atividade de leitura como uma interação a distância entre leitor e autor via texto.
A ação do leitor já foi caracterizada: o leitor constrói, e não apenas receber, um significado global para o texto; ele procura pistas formais. Antecipa essas pistas, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões. Contudo, não há reciprocidade, com a ação do autor, que busca, essencialmente, a adesão do leitor, a evidência mais convincente da forma mais clara possível, organizando e deixando no texto pistas formais a fim de facilitar a consecução de seu objetivo.
Mediante a leitura, estabelece-se uma relação entre o leitor e autor que tem sido definida como de responsabilidade mútua, pois ambos têm a zelar para que os pontos de contato sejam mantidos, apesar das divergências possíveis em opiniões e objetivos. Decorre disso que ir ao texto com idéias pré-concebidas, inalteráveis, com crenças imutáveis, dificulta a compreensão quando estas não correspondem àquelas que o autor apresenta, pois nesse caso o leitor nem sequer consegue reconstruir o quadro referencial através das pistas formais. Nesse caso, o leitor utiliza-se apenas de procedimento descendentes de processamento do texto que se baseiam quase que exclusivamente no seu conhecimento. É ai que vai se delineando a leitura como uma atividade difícil, insuperável para muitos.
O conhecimento mútuo dos interlocutores são todos elementos nos quais se apóia a compreensão. Há um contexto maior, que envolve tanto leitor como o autor, a simultaneidade dos processos de compreensão e produção que permita reajustes constantes