Intenção ética e norma moral
Duas objecções ao utilitarismo O utilitarismo não funciona na prática, pois exige que estejamos sempre a calcular as consequências das nossas acções. O utilitarismo, como não leva em conta as normas ou regras morais comuns, predispõe-nos a fazer frequentemente coisas erradas como mentir, roubar ou matar.
Uma resposta às objecções
O utilitarismo é primariamente uma teoria sobre o que torna as acções certas ou erradas.
O utilitarismo não é uma teoria sobre como devemos tomar as nossas decisões. Por isso, o utilitarismo não implica que:
1. Temos de tomar todas as decisões calculando as consequências prováveis dos nossos actos.
2. Temos de ser indiferentes às normas morais comuns quando decidimos o que fazer.
O utilitarista dirá que se tomássemos todas as decisões calculando as suas consequências acabaríamos por não promover o bem.
O utilitarista dirá que muitas regras morais comuns nos auxiliam a tomar decisões que, de uma maneira geral, serão boas.
A Arte de Pensar: Capítulo 8 — acetato 2
Dois níveis de pensamento moral Nível intuitivo: Como o nosso conhecimento é muito limitado, tomamos as nossas decisões quotidianas segundo as regras morais simples que aceitamos, obedecendo às inclinações do nosso carácter, sem aplicar o princípio utilitarista. Nível crítico: Aplicamos o princípio utilitarista para (1) tomar decisões em situações em que as regras morais comuns não nos permitem saber o que fazer, (2) avaliar criticamente essas regras de modo a determinar se elas promovem ou não o bem-estar.
Espaço de discussão:
1. Considera o seguinte argumento:
Há um grande incêndio na casa da Sofia. Infelizmente, no seu interior estão duas crianças: o seu filho e um amigo do seu filho. É muito improvável que a Sofia consiga salvar ambas as crianças das chamas.
Quem deverá salvar primeiro? É óbvio que ela deve salvar primeiro o seu filho. Mas numa perspectiva utilitarista é indiferente que a Sofia salve primeiro