Inteligência
Eduardo Lucas de Vasconcelos Cruz (Universidade Estadual Paulista)
Prof. Dra. Suzeley Kalil Mathias (Orientadora)
RESUMO: O propósito deste trabalho é examinar como a evolução recente do cenário sul-americano contribui para ampliar a importância da Inteligência Militar enquanto instrumento de adequação das capacidades bélicas nacionais – sobretudo no tocante às hipóteses que orientam o preparo das FAR – e de eventual acionamento destas com a maior margem de antecipação possível. Para tanto, faz-se necessário cotejar a estrutura e as ações recentes – eventualmente trazidas a público – da Inteligência Militar com (1) as Hipóteses de Emprego vislumbradas pelos Estados-Maiores; (2) as diretrizes estipuladas pela PDN, pela END e demais diplomas legais correlatos; (3) a evolução recente do cenário sul-americano; (4) o dispositivo e preparo das Forças de Ação Rápida, inclusive problematizando como a Inteligência pode auxiliar – em tempos de paz – na estimativa do Prazo Crítico requerido para mobilizar os demais efetivos após o envio das FAR ao Teatro de Operações, mediante coleta de informações que permitam avaliar a capacidade destas últimas de durar no combate, em cada Hipótese de Emprego considerada.
Palavras-chave: segurança nacional, informações, cenários
1. Inteligência e planejamento de Estado-Maior
A abordagem do tema requer uma distinção preliminar entre Inteligência Militar e Inteligência Estratégica de Defesa. A primeira, conforme dispõe o Manual do Exército IP 30-01, consiste numa “atividade técnico-militar especializada, permanentemente exercida, com o objetivo de produzir conhecimentos de interesse do Comandante de qualquer nível hierárquico e proteger conhecimentos sensíveis, instalações e pessoal das Forças Armadas contra ações realizadas ou patrocinadas pelos serviços