Inteiro teor
Invisibilidade?
Profª Andreia Lais Canelli¹
Parabenizo todas as companheiras e companheiros que hoje 29 de janeiro de 2014 estão se mobilizando em suas bases com ações afirmativas com vistas a reduzir a violência e o preconceito que diariamente agride as pessoas Trans, e que também lutam durante o ano todo por uma sociedade plural, sem transfobia, justa e de respeito e paz.
O Dia Nacional de Visibilidade Trans surgiu de uma campanha de prevenção para travestis, lançada em 2004, com o tema “Travesti e
Respeito”, onde o objetivo é praticar no cotidiano social o Respeito, que para a população de travestis e transexuais na mentalidade social brasileira é invísível, assim nesse contexto, quem é invisível, consecutivamente não necessita do tal respeito, sendo assim alvo de violência, estigmatização, violência, exclusão, vulnerabilidade e a não participação nas práticas cotidianas sociais, pelo fato de que travestis e transexuais não correspondem a um constructo social heteronormativo e patriarcal. Assim, a partir desse histórico, o dia 29 de janeiro foi instituido como data nacional, agora lembrada em todo o território nacional.
A Sociedade Brasileira tem em sua mentalidade a existência da população de Travestis e
Transexuais como fato, porém ao longo da História recente e por conta do fundamentalismo e da predominância de que o alheio é o detentor do poder, da razão e da palavra, as pessoas Travestis e Transexuais que constroem suas identidades de gênero de maneira autônoma, e fora dos padrões pré-determinados por um coletivo dominante heteronormativo, julgam-se no direito de excluir e colocar para bem longe do cotidiano social as pessoas trans, ou seja, a margem social, contribuindo assim para a violência que as pessoas trans sofrem cotidianamente.
Para LUZ, Nanci (2009, p.69):
A aceitação social da violência contra as pessoas Travestis e Transexuais é a própria negação dos direitos fundamentais