Insuficiência Respiratória
Define-se como a falência na capacidade de manutenção das trocas gasosas, que pode ser consequência da alteração de cada um dos fatores que constituem a função respiratória (ventilação, difusão e circulação). Baseia-se nos valores das pressões parciais do oxigénio e/ou do dióxido de carbono presentes no sangue arterial, obtidos através da gasometria. A interpretação destes valores deve ter em consideração alguns aspetos, nomeadamente as variações normais, com a idade, dos níveis de Pa O2 (cerca de 94mmHg aos 20 anos e 86 mmHg aos 70 anos), o conhecimento dos valores individuais anteriores à IR ou a rapidez de instalação das alterações gasométricas.
A IR pode ser classificada quanto à velocidade de instalação, em aguda e crónica. Na IR aguda, dá-se uma rápida deterioração da função respiratória que leva ao aparecimento de manifestações clinicas mais intensas, e alterações gasométricas do equilíbrio ácido-base, alcalose ou acidose respiratória. No caso da IR crónica, as alterações a nível das trocas gasosas instalam-se de forma progressiva ao longo de meses ou anos. Neste ultimo caso, as alterações nos valores da gasometria do equilíbrio ácido-base não se verificam e as manifestações clínicas são subtis.
A IR classicamente é classificada em tipo I ou hipoxémica e tipo II ou hipercápnica. Na IR tipo I, os distúrbios fisiopatológicos levam à instalação de hipoxemia, mas a ventilação está mantida. Carateriza-se pela presença de quedas na PaO2 com valores normais ou reduzidos na PaCO2. Ocorre elevação do gradiente alveoloarterial de O2 devido a distúrbios na relação V/Q.
Causas da IR tipo I:
SARA (síndrome da insuficiência respiratória aguda)
Pneumonias
Atelectasias
Edema pulmonar
Embolia pulmonar
Quase afogamento
DPOC em exacerbação
Asma grave
Pneumotórax
No que se refere à IR tipo II, há elevação dos níveis de PaCO2 por falência ventilatória, sendo comum a presença de hipoxemia.
Causas da IR tipo II:
1. Alterações do