Insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal
1 INTRODUÇÃO A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica que ocorre em pacientes que, em razão de alguma anormalidade herdada ou adquirida na estrutura e/ou função cardíacas, desenvolvem uma constelação de sintomas (dispneia e fadiga) e sinais (edema e estertores) clínicos que leva a hospitalizações frequentes, deterioração na qualidade de vida e menor expectativa de vida. (HARRISON, 2013). A IC é uma síndrome complexa caracterizada por intolerância aos exercícios físicos, retenção de líquidos e fenômenos congestivos, na qual após o início dos sintomas, apresenta altas taxas de morbimortalidade. Trata-se de uma condição com prevalência crescente no mundo e estima-se que, em 2025, haverá 5 milhões de casos no Brasil. (ROSCANI MG, MATSUBARA LS, MATSUBARA BB, 2010). A IC afeta mais de 20 milhões de indivíduos, sendo um grande problema mundial, tendo prevalência de 2% na população global adulta de países desenvolvidos. Esta prevalência aumenta com a idade num padrão exponencial, chegando a afetar 6 a 10% dos indivíduos com mais de 65 anos. Sabe-se muito pouco sobre a prevalência ou o risco de evolução para IC nas nações em desenvolvimento, em razão da escassez de estudos com base populacional realizados nesses países. (HARRISON, 2013). O risco aumentado de desenvolver IC no decorrer de uma década é maior na população idosa do que em jovens. Portanto, nos idosos com sinais ou sintomas clássicos de IC, a intolerância aos esforços físicos frequentemente se deve ao aumento da pressão no átrio esquerdo, ainda que a fração de ejeção permaneça nos limites da normalidade. Essa condição corresponde à insuficiência cardíaca diastólica (ICD). (ROSCANI MG, MATSUBARA LS, MATSUBARA BB, 2010). A insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal (ICFEN) é frequentemente referida como insuficiência cardíaca diastólica (ICD) devido à presença de disfunção diastólica (DD) caracterizada por