instrumentos de ensino aprendizagem
ENTREVISTA À REVISTA NOVA ESCOLA SOBRE
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
(Esta entrevista subsidiou matéria que saiu na Revista Nova Escola de novembro de 2001)
1. O sr. considera as provas e exames instrumentos classificatórios e de julgamento dos alunos, não servindo para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. O sr. acha que esses instrumentos de avaliação devem ser totalmente abolidos das práticas de avaliação, ou provas e exames poderiam contribuir para o crescimento do aluno se forem planejados de forma diferente?
Antes de mais nada, para responder a essa pergunta, importa compreender que o ato de avaliar dá-se em três passos fundamentais: primeiro, constatar a realidade; segundo, qualificar a realidade constatada; terceiro, tomar decisão, a partir da qualificação efetuada sobre a realidade constatada, tendo por pano de fundo uma teoria pedagógica construtiva.
O primeiro passo, a constatação da realidade é efetivada via a configuração descritiva, do objeto da ação do avaliador, ou seja como ele está se manifestando. Esse objeto de avaliação pode ser o desempenho do aluno, sujeito da aprendizagem, mas também poderia ser qualquer outra coisa, ação ou pessoa. Para essa configuração, é que usamos os instrumentos, como extensões de nossa capacidade de observar a realidade. Assim sendo, testes, questionários, fichas de observação, etc., propriamente, não são instrumentos de avaliação, mas sim instrumentos de coleta de dados para a avaliação. Eles nos subsidiam na observação da realidade, que deverá ser qualificada; a qualificação dos dados da realidade, sim, é o ato central da prática da avaliação.
O segundo passo é a qualificação da realidade observada, descrita, configurada. É neste passo que afirmamos se o objeto de nossa ação avaliativa está se dando num