instrumentos da macroeconomia
Gerson Lima1
1. OFERTA E DEMANDA AGREGADAS
É claro que não dá para somar unidades de parafusos com quilos de pepinos e metros de tecidos, mas é possível somar as taxas de variação da produção destes produtos e fazer uma média. É assim que se constrói o PIB “real”, ou seja, o Produto Interno Bruto que considera apenas as quantidades físicas produzidas, e não leva em conta os preços das mercadorias. Quando se somam os valores em dólares ou reais de cada produto obtém-se o PIB “nominal”. Ao se observar que o PIB nominal de um certo ano é maior do que o PIB nominal do ano anterior, não se sabe se o que cresceu foi a produção conjunta ou se forma simplesmente os preços que aumentaram. Daí a importância do PIB real pois, se ele cresceu, de fato houve um crescimento da produção do país, independente do fato dos preços terem aumentado ou não ao mesmo tempo. Por outro lado, pode-se construir índices de preços calculando-se uma certa média de todos os produtos e serviços vendidos no país.
Tem-se assim, então, um certo preço médio nacional e um indicador da produção, e pode-se com eles estimar as curvas de demanda e oferta agregadas da nação. Agregada, no caso, refere-se ao fato de que foram desta forma somadas todas as quantidades produzidas e demandadas. É evidente que na prática não se trabalha com todos os produtos e serviços, mas sim com uma amostra significativa do todo.
A oferta agregada em um certo país, o Brasil por exemplo, pode ser imaginada como a soma das ofertas de todos os produtos e serviços ofertados neste país. A quantidade ofertada é constituída da produção nacional, que é o PIB real, e das quantidades importadas, enquanto que o preço é medido por um índice geral de preços, que poderia ser o IGP da Fundação Getúlio Vargas. Por sua vez, a demanda agregada é composta de quatro componentes, que são os destinos dados à produção e importação: o consumo de bens finais por parte das pessoas, os bens de