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O testemunho de um muro
Uma das histórias mais emocionantes de todo o Antigo Testamento é sem dúvida aquela dos três jovens hebreus, Hananias, Misael e Azarias, na fornalha ardente.
Ela está registrada em Daniel capítulo 3. O relato bíblico não menciona a data desse incidente, mas os achados arqueológicos nos ajudam a encontrar esse evento na história.
Uma das “Crônicas Babilônicas” registra que no 10o ano do reinado de
Nabucodonosor houve uma rebelião contra seu império que logo foi sufocada.
Provavelmente, esse foi o motivo da reunião relatada no capítulo 3 de Daniel.
Como teste de lealdade, o rei convocou todos os oficiais de todas as províncias de
Babilônia (Daniel 3:2) para adorar uma imagem de ouro erigida por ele. Os jovens hebreus, que eram amigos de Daniel, não se prostraram perante a imagem por serem obedientes aos mandamentos de Deus (Êxodo 20:4-6; Levítico 19:4). Sem temer a morte, eles escolheram a infernal fornalha ardente em lugar de desobedecer a Deus.
É uma história inspiradora, mas com um grave problema. Segundo a Bíblia, este evento ocorreu na planície de
Dura (Daniel 3:1), mas não havia nenhum local em Babilônia com esse nome! Daniel cometeu um erro? Como acreditar num livro que registra um incidente num lugar que nunca existiu?
É interessante notar que a palavra “Dura”, em acadiano, a língua de Babilônia, significa muro, parede.
Curiosamente, a versão grega do Antigo Testamento, a tradução dos setenta (LXX), traduziu Daniel 3:1 como “na planície do muro, na cidade de Babilônia”. O que temos aqui é o empréstimo de uma palavra de um idioma
(acadiano) para outro (aramaico). Como as palavras em inglês do nosso vocabulário: hardware, self-service, web, etc.
Porém, outra pergunta surge: Qual muro? Provavelmente Nimit-Enlil, a grande muralha externa construída por
Nabucodonosor, muito famosa na antiguidade e descrita em detalhes por diversos