instituição e infância
A finalidade desse trabalho, em um primeiro momento, visa desenvolver a história da infância, como instituição. Colocando o leitor a par de hábitos, costumes e tradições característicos da infância legitimada no período medieval, e que a partir dos séculos XVI e XVII sofreram uma série de mudanças que permitiram a evolução dessa instituição para o modo como a conhecemos hoje.
Faremos uso do livro “A História Social da Criança e da Família” de Philippe Ariés, um historiador francês, pioneiro no estudo e abordagem da história da infância. Ariés, em seu livro, relata como a questão da infância e como seus hábitos foram sendo modificados ao longo dos séculos.
Usaremos, também, o livro “A construção social da realidade” de Peter Berger e Thomas Luckmann, focando nos conceitos de instituição, legitimação e sociabilidade. Associaremos esses conceitos com a visão de infância descrita por Philippe Ariés.
Analisaremos, também, a questão da legitimação da escola e como ela influenciou na mudança da socialização das famílias, e consequentemente na legitimação da infância, como ela é vista atualmente.
A legitimação da infância
Instituição é um grupo social conduzido por regras, para atingir determinados objetivos. Sendo que, a institucionalização ocorre sempre que há uma tipificação reciproca de ações habituais por tipo de atores, na qual essas tipificações são partilhadas por todos os membros da instituição.
Os hábitos precedem a instituição e produzem efeitos na organização da sociedade, e são estes efeitos característicos de uma instituição. Sendo assim, a infância pode ser considerada uma instituição, uma vez que ela produziu e ainda produz efeitos no modo de organização de uma sociedade. E por possuir atores, nesse caso as crianças, que reproduzem na esfera humana uma organização (Berger, Luckmann, 1973).
A legitimação aparece quando as objetivações são transmitidas para uma nova geração. O caráter evidente das