Inovação
Organizações que pressionam seus funcionários com avaliações de desempenho podem estar perdendo no quesito inovação. Como demonstra José da Silva, professor da Fundação Getulio Vargas, é o ambiente de trabalho psicologicamente seguro que estimula a inovação, mesmo que não haja estímulos formais.
O Banco Redentor do Brasil, referência em ações de Responsabilidade Social, decidiu, no ano 2008, tornar-se líder de inovação em seu setor. Criou, então, um programa para estimular a experimentação em algumas agências que serviriam de laboratório. Os funcionários deveriam inovar tanto em produtos como em conceitos de serviços. As experiências bem-sucedidas – medidas a partir de parâmetros como satisfação do cliente ou aumento dos lucros – seriam recomendadas para implantação em todas as agências do banco no país. Os executivos mais graduados da instituição deram apoio às inovações, além de reconhecerem abertamente que experimentações relativas a novas idéias sempre envolvem erros. Na verdade, uma margem de erro de 30% foi oficialmente considerada “tolerável” em um contexto de novidades e de riscos. No início, contudo, o sistema de remuneração do banco não foi modificado: manteve-se baseado em medidas de desempenho de rotina, tais como a abertura de novas contas. Isso significava que o objetivo declarado de aumentar a inovação em determinadas agências não se traduzia em recompensas. Pelo contrário. Os funcionários poderiam ser prejudicados caso consumissem seu tempo com a experimentação de idéias novas ou tentativas mal-sucedidas. Resultado: muitos funcionários se sentiram relutantes em ousar até que a equipe gestora promovesse mudanças para harmonizar o sistema de remuneração com os novos valores da organização. Esse exemplo mostra como exigências de desempenho em tarefas de rotina podem minar iniciativas que buscam aumentar a inovação quando se enviam mensagens dúbias à organização.
O que significa