Inovação e teorias da firma em três paradigmas
O autor parte da constatação de que há um crescente afastamento entre prática e teoria na realidade econômica das empresas e que o principal problema é chamado de hiato temporal. A idéia é que a firma, como mutável, cria e perde particularidades ao longo do tempo, e as teorias, portanto, se tornam anacrônicas. Além disso, diz Tigre que o recorte feito sobre as firmas muitas vezes é falho ao capturar o seu contexto empírico, dando a entender que a firma seja uma entidade atemporal, não histórica, hipostasiada. Após tantos anos de desenvolvimento das ciências e das ferramentas por elas utiliazadas, afirma o autor, há a possibilidade concreta da análise empírica mais adequada dos desdobramentos da firma ao longo de sua história e esse ponto permitiu o atual reconhecimento do caráter insuficiente (errado, atomista, diriam alguns) das teorias neoclássicas.
Para isso, o autor faz um resgate das diferentes leituras teóricas das firmas sob a luz de três paradigmas: i) a revolução industrial britânica; ii) fordismo; e iii) teconoligas da informação.
O autor, ao discorrer sobre os três paradigmas supracitados, aponta para diversas incongruências internas, incompatibilidades empíricas, etc. A abordagem do autor, por um lado, sublinha com a devida importância a historicidade de uma dimensão chave do capitalismo e por outro lado, o faz com um olhar relativista. A própria presença do conceito de paradigma no título do trabalho já sugere isso, e a comprovação de que o conceito é usado com o sentido esperado pode ser encontrada no trecho:
“A ideia de 'paradigma' contribui para estabelecer padrões de comportamento e identificar teconoligas-chave. Os paradigmas, no entanto, são apenas visões idealizadas de modelos organizacionais e tecnológicos dominantese em certos períodos de tempo”
É preciso aqui fazer uma observação importante com relação à postura do Tigre, a saber, a qual não propagandeia sentimentos de