Injeção de Gás Seco a alta pressão
O processo de injeção de gás seco a alta pressão, primeiro método de recuperação miscível de hidrocarbonetos, foi desenvolvido durante o final da década de 40 e início dos anos 50 pela Atlantic Richfield. A pesquisa original tratava sobre uma revaporização de líquido em reservatórios com condensação retrógrada. Desse estudo desenvolveu-se a ideia de que uma mistura de gás, aplicada sob condições adequadas, pode resultar em vaporização retrógrada de grandes volumes de óleo provenientes de um reservatório de óleo. As experiências mostravam que deslocando o óleo com gás a altas pressões podia-se realmente aumentar a recuperação do óleo se comparada com o processo de injeção de gás a baixa pressão.
O esquema do processo de injeção de gás seco a alta pressão consiste na injeção de um gás pobre a uma pressão suficientemente alta para provocar uma vaporização retrógrada do óleo cru e a formação de uma frente miscível, rica em intermediários, entre o óleo e o gás.
Assim, a principal diferença entre o processo de injeção de gás enriquecido e este é que, no primeiro, os componentes intermediários são transferidos do gás para o óleo, enquanto no segundo eles são transferidos do óleo para o gás. Por isso, o processo de injeção de gás pobre a alta pressão é muitas vezes chamado de mecanismo de vaporização por gás.
Três condições são geralmente necessárias para que o processo ocorra:
- (a) Deve existir alta pressão na interface gás-óleo;
- (b) O óleo do reservatório deve conter alta concentração de C2−C6;
- (c) O óleo deve ser subsaturado na frente de gás. A composição do gás injetado não é crítica para o processo. Normalmente é utilizado um gás composto basicamente por metano como gás pobre.
O diagrama triangular da Figura ilustra os diversos estágios na formação da frente miscível no reservatório. O raciocínio é muito semelhante ao do caso do gás enriquecido, com a diferença de que no caso do gás pobre é o óleo