Inicio E Fim De Enterros Nas Igrejas
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A ORIGEM E O FIM DOS SEPULTAMENTOS DE MORTOS NA IGREJA A prática do sepultamento de civis sob o piso dos templos católicos foi um fato que durou mais ou menos mil e trezentos anos, embora tal fenômeno tenha variado de um continente para outro, a exemplo do que aconteceu na Europa e na América do Sul. A origem dessa prática remonta ao século VII e coincide com a ação da Igreja voltada para aproximar os mortos dos lugares sagrados, diferentemente do cemitério, então considerado um local profano, visto que nesses espaços os pagãos eram enterrados, com todas as suas liturgias. Antes dos civis serem sepultados sob o piso da igreja, os santos católicos já desfrutavam desse "privilégio", e a presença do corpo de um civil próximo ao de um santo criava a expectativa de uma salvação eterna, sem falar que tal prática era uma forma de aproximar o morto de seus parentes vivos, dentro do mesmo espaço e no mesmo ato litúrgico (missas, rezas). Somente com a Peste Negra, no século 14, a Igreja voltou a permitir fossem os mortos sepultados fora do templo - nos chamados campos-santos -, para onde iam principalmente os menos favorecidos socialmente, uma vez que a demanda se tornou maior que o espaço disponível, ante o grande número de mortos. A partir do século 17 a Europa fortalece a prática de se enterrar os defuntos em cemitérios e não mais nas igrejas, cujo empenho recebeu apoio oficial no final do século seguinte, com a Revolução Francesa. A partir de 1789 a França proibiu o controle do sepultamento de civis por parte da Igreja Católica, de sorte que os cemitérios passaram a ser administrados pelo Estado. As campanhas médicas tiveram um papel fundamental na mudança dos locais de sepultamento dos mortos, as quais alegavam que os corpos em estado de decomposição eram responsáveis por doenças e mortes da população, principalmente daqueles que frequentavam os templos. No Brasil, por exemplo, a partir de 1850 houve