inicio do realismo no Brasil
O início do movimento Realista no Brasil geralmente é atribuído ao ano de 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que além de ser marco para o movimento Realista é considerado também um marco em sua carreira. Embora seja atribuído este início do movimento ao ano de 1881, vemos o início da difusão de ideias realistas com a publicação O Primo Basílio do realista português Eça de Queirós, em 1878. Na época desta publicação, Machado ainda tinha grande influência romântica e fez duras críticas ao estilo realista de Eça.
Contexto sócio-histórico
As duas décadas de vigência do Realismo e do Naturalismo no país foram um período conturbado e de grandes transformações na nossa história social, política, econômica e literária. Entre os fatos mais importantes, podem ser elencados a abolição da escravatura (1888), a Proclamação da República (1889), as revoltas militares, especulação na Bolsa de Valores, o Encilhamento, o surgimento das primeiras escolas de direito, início da entrada de filosofia positivista.
Tanta transformação impulsionou a ficção literária, que por sua vez, fez aparecer outras áreas na literatura brasileira, antes quase inexistentes, como textos jornalísticos (José do Patrocínio), crítica literária (José Veríssimo e Araripe Júnior), estudos históricos (Joaquim Nabuco, Oliveira Lima e Capistrano de Abreu), pesquisas culturais e história da literatura (Sílvio Romero), ensaios (Tobias Barreto, Euclides da Cunha), além das crônicas e, principalmente, os contos.
Nessa época Machado de Assis fundou a Academia Brasileira de Letras (1897), que segundo os críticos, oficializou a literatura brasileira. Mas o movimento se encerra na primeira década do século 20, com as publicações de "Os Sertões", de Euclides da Cunha, "Canaã", de Graça Aranha, ambos em 1902, e com o surgimento de Lima Barreto, que ainda tem uma obra impregnada das tendências sociais do Realismo, apesar de se encontrar na