Informações implícitas em textos
Em todos os textos, certas informações são transmitidas explicitamente, enquanto outras o são implicitamente, estão pressupostas ou subentendidas. Um texto diz coisas que parece não estar dizendo, porque não as mente. Uma leitura eficiente precisa captar tanto as informações quanto as implícitas. Um leitor perspicaz é aquele capaz de ler nas entrelinhas. Se não tiver essa habilidade, passará por cima de significados importantes ou — o que é bem pior — concordará com idéias ou pontos de vista que rejeitaria se percebesse. Um texto pode ter dois tipos de informações: os pressupostos e os subentendidos. Estudemos cada um deles.
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Pressupostos são idéias não expressas de maneira explícita, que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase Observe as frases abaixo:
a) André tornou-se um antitabagista convicto.
A informação explícita é que hoje André é um antitabagista convicto. Do sentido do verbo tornar-se, que significa “vir a ser”, decorre, no entanto, logicamente a informação implícita de que anteriormente André não era um antitabagista convicto. Se André fosse antes um antitabagista convicto, não se poderia usar o verbo tornar-se.
b) Pedro é o último convidado a chegar à festa.
A informação explícita é que Pedro chegou depois de todos os outros convidados. Se ele foi o último a chegar, está logicamente implícito que todos chegaram antes dele.
As informações explícitas podem ser questionadas pelo ouvinte, que pode ou não concordar com elas. Assim, pode-se, por exemplo, discutir o grau da convicção antitabagista de André. Os pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as afirmações explícitas. Isso significa que, se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento. Assim, por exemplo, se Maria participa de todas as festas, não tem o menor sentido dizer Todos vieram; até Maria.