Informação do Roberto Damatta
Roberto DaMatta foi professor do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde dirigiu o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Mestre e doutor pela Universidade de Harvard, também chefiou o Departamento de Antropologia e foi professor de Antropologia da Universidade de Notre Dame (EUA). Em 1995, começou a escrever crônicas para o Jornal da Tarde, de São Paulo, e a partir de 2001 passou a colaborar com o jornal O Estado de S. Paulo. É autor de Carnavais, malandros e heróis e A casa & a rua, universo do carnaval, O que faz o Brasil, Brasil?, Relativizando, Torre de Babel, Explorações: ensaios de antropologia interpretativa, Conta de mentiroso, e Águias, burros e borboletas, Tocquevilleanas - Notícias da América e Crônicas da vida e da morte, todos publicados pela Rocco.
Em “O que é o Brasil?”, Roberto DaMatta aborda a diferença entre os dois tipos de Brasil, um racial, que exalta sua natureza e é muito complexo, e o outro que revela a diversidade cultural existente. São retratadas também duas espécies de sujeito, o indivíduo e a pessoa, e situados em três tipos de espaço social, a casa, a rua e o trabalho; a diferença entre esses dois indivíduos é bem presente, por exemplo, no ambiente profissional, o patrão, chefe autoritário, na posição de pessoa, se conserva titulado de direitos e alguém superior no contexto social – os funcionários, por sua vez, são apenas indivíduos. Já a casa tem um significado mais amplo, é nela que predominam os valores familiares, é um espaço privado, de conforto e sensação de seguridade, onde há uma hierarquia de valores pessoais, além do sentimento de possessão. O antropólogo fala do tipo de racismo que acontece no Brasil, resumido em fenômenos que acontecem na vida dos brasileiros, que ocorrem pela dificuldade encontrada na adaptação aos valores