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SERVIÇO DE PASSES
Atravessamos a porta e fomos defrontados por ambiente balsâmico e luminoso. Um cavalheiro maduro e uma senhora respeitável recolhiam apontamentos em pequeno livro de notas, ladeados por entidades evidentemente vinculadas aos serviços de cura. Indicando os dois médiuns, o Assistente informou:
- São os nossos irmãos Clara e Henrique, em tarefa de assistência, orientados pelos amigos que os dirigem.
- Como compreender a atmosfera radiante em que nos banhamos? – aventurou Hilário, curioso.
- Nesta sala – explicou Áulus, amigavelmente – se reúnem sublimadas emanações mentais da maioria de quantos se valem do socorro magnético, tomados de amor e confiança. Aqui possuímos uma espécie de altar interior, formado pelos pensamentos, preces e aspirações de quantos nos procuram trazendo o melhor de si mesmos. Não dispúnhamos, todavia, de muito tempo para a conversação isolada. Clara e Henrique, agora em prece, nimbavam-se de luz. Dir-se-ia estava quase desligados do corpo denso, porque se mostravam espiritualmente mais livres, em pleno contacto com os benfeitores presentes, embora por si mesmos não no pudessem avaliar. Calmos e seguros, pareciam haurir forças revigorantes na intimidade de suas almas. Guardavam a idéia de que a oração lhes mantinha o espírito em comunicação com invisível e profundo manancial de energia silenciosa. Ante a porta ainda cerrada, acotovelavam-se pessoas aflitas e bulhentas, esperando o término da preparação a que se confiavam. Os dois médiuns, porém, afiguravam-se-nos espiritualmente distantes.
Absortos, em companhia das entidades irmãs, registravam-lhes as instruções, através dos recursos intuitivos.
Pelas irradiações da personalidade magnética de Henrique, reconhecia-se-lhe, de imediato, a superioridade sobre a companheira. Era ele, dentre os dois, o ponto dominante. Por isso, decerto, ao seu lado se achava o orientador espiritual mais categorizado par a tarefa.