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Falando claramente sobre balança comercial, investimento estrangeiro e câmbio
Quando os brasileiros vendem mais produtos para os estrangeiros do que compram deles — isto é, quando as exportações são maiores do que as importações —, diz-se que o país apresentou um superávit na balança comercial. Quando os brasileiros compram mais do que vendem — ou seja, quando importam mais — ocorre um déficit na balança comercial.
Por algum motivo obscuro, imprensa e acadêmicos recorrentemente alertam sobres os "perigos" de se ter um déficit na balança comercial, dando a entender que uma economia só está saudável quando apresenta um superávit comercial — isto é, quando envia aos estrangeiros mais produtos do que adquire deles. Ato contínuo, praticamente todos os anos o governo anuncia uma nova "política industrial" para estimular o setor exportador e reprimir as importações.
O que absolutamente quase ninguém diz é que, para os habitantes de um país, o único benefício trazido pelas exportações é justamente as importações; a única função de se exportar é que, com isso, pode-se importar. Explico melhor.
Quando o Brasil vende seus produtos ao exterior, o comprador estrangeiro paga ao exportador brasileiro em dólares, que é a moeda internacional de troca. Quando um fazendeiro do Mato Grosso vende soja para uma empresa lá em Xangai, o chinês paga o mato-grossense em dólares. Ele deposita dólares na conta do mato-grossense. Mas como, por decreto governamental, a única moeda corrente no Brasil é o real, esse mato-grossense terá então de trocar esses dólares por reais aqui no Brasil. E quem vai comprar os dólares do mato-grossense? Quase sempre, os bancos, por meio de suas corretoras. E o que os bancos farão com esses dólares? Venderão para importadores, que os utilizarão para, obviamente, comprar produtos do estrangeiro.
O que interessa, portanto, é que, no final, esses dólares que