Influência da escola de Frankfurt na América Latina
Horkheimer, Adorno e Benjamin, pensadores frankfurtianos, influenciaram diretamente a reflexão crítica nos países latino-americanos. Essa influência da Escola de Frankfurt sobre o pensamento latino-americano dá-se, segundo Jesus Martín Barbero, devido à sua característica de chegar ao estudo da massa como efeito dos processos de legitimação e lugar de manifestação da cultura em que a lógica da mercadoria se realiza. “Os pensamentos de massificação vão ser pela primeira vez pensados não como substitutivos, mas como constitutivos da conflitividade estrutural do social.”
A Teoria Crítica introduziu, na América Latina, a abertura de um debate político interno, pois as idéias dessa teoria não se deixavam usar com a facilidade instrumentalista à qual se prestaram outros pensamentos de esquerda e porque revelou aos latino-americanos tudo o que não cabia nem em sua sistematização nem em sua dialética, da respeito da realidade social e cultural latino-americana.
Segundo Horkheimer, no texto “Teoria Tradicional e Teoria Crítica”, de 1937, “A razão de ser do pensamento crítico é hoje em dia tentar um verdadeiro superar desta tensão, acabar com a oposição entre o indivíduo naturalmente espontâneo, razoável, consciente dos seus objetivos, e as relações que o processo de trabalho implica e sobre as quais repousa todo o edifício social”. Não se trata, pois, unicamente de “aplicar-se ao dado social, mas de refletir, para a própria teoria, o que traz sua própria implicação numa realidade social desumana”. “Por isso mesmo ela deve situar-se a igual distância da utopia, que passa um certificado de indigência a toda a realidade” – segundo palavras de Marx na Santa Família – e do ideal tecnológico e instrumental, já que ela “não pode gabar-se de nenhuma realização concreta”. Mas, “visando a transformação global da sociedade”, “interesse” onde vai buscar a sua própria energia, ela tem como efeito “intensificar as lutas as