Influência Alemã no pensamento de Leo Strauss e Hannah Arendt
fundamentos da política no século XX, utilizaram a imagem da Grécia Antiga como um fio
condutor para realizar uma análise crítica do que é a política na contemporaneidade. Essa
postura analítica pode ser vislumbrada, de maneira contundente, nas obras de Hannah
Arendt e Leo Strauss. É nesse sentido que ambos os pensadores são considerados, por
muitos estudiosos de suas obras, saudosistas em relação a uma imagem de democracia que
não mais existe, ou seja, aquela que se instaurou no seio da polis grega na Antiguidade.
Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar a importância da Grécia Antiga no
pensamento político de Hannah Arendt e Leo Strauss, com o intuito de detectar qual o
papel desempenhado pelo “paradigma” da “Democracia Ideal” nas obras desses dois
pensadores que tanto influenciaram e contribuíram com suas respectivas reflexões para
haver uma compreensão filosófica-política do século XX.
2. A influência alemã no pensamento filosófico-político de Hannah Arendt e Leo
Strauss
Como é notório, o pano de fundo intelectual germânico no qual Leo Strauss e
Hannah Arendt formaram-se é marcado pela experiência política da República de Weimar,
seu fracasso e a ascensão do nazismo, experiência que foi consequentemente apreendida ou
não por parte da intelectualidade da época, composta, por sua vez, por autores de origem
judaica e não judaica. É claro que um estudo aprofundado desse tema requer muito mais
conhecimento do que dispomos e também mais tempo de exposição. Sendo assim, faremos
uma explanação bastante geral, falando de alguns fatos e personagens que estão mais
diretamente ligados à formação de Strauss e Arendt.
Nesta esteira argumentativa, a República de Weimar1
foi uma experiência
republicana intermediária entre o período imperial e o governo nazista, que se caracterizou
como uma tentativa de fundação racional de