INFLUENCIA LUNI-SOLAR SOBRE MEDIDAS GRAVIMETRICAS
A força da gravidade, já sabemos, é a resultante da força de atração gravitacional e da força centrífuga produzida pela rotação da Terra. A ação gravitacional da Lua e do Sol introduz variação na força de gravidade e conseqüentemente na aceleração medida sobre a superfície terrestre. Chama-se força de maré, em um ponto 𝑃, a diferença da atração exercida pela Lua e pelo Sol sobre a unidade de massa colocada nesse ponto e no centro da Terra.
Seja 𝑀 a massa de um corpo celeste perturbador (Figura 1).
Figura 1 Força de maré
Nestas condições, a força de maré (em módulo) é expressa por
𝐹=
𝐺𝑀
𝑙2
−
𝐺𝑀
𝑟2
[1]
As componentes horizontal e vertical da força de maré são
𝐹ℎ = 𝐺𝑀
sin 𝑧 ′
𝑙2
−
cos 𝑧
𝑟2
[2]
𝐹𝑣 = 𝐺𝑀
cos 𝑧 ′
𝑙2
−
cos 𝑧
𝑟2
[3]
Eliminando, através de transformações que omitimos, a distância linear (𝑙) e a distância zenital topocêntrica (𝑧′) do astro perturbador, vem
𝐹ℎ =
3𝐺𝑀𝑎 sin 2𝑧
2𝑟 3
𝐹𝑣 =
𝐺𝑀𝑎
𝑟3
=
3𝐺𝑀
2𝑎 2
𝑎3 sin 2𝑧
𝑟3
3 cos2 𝑧 − 1 =
𝐺𝑀
𝑎2
𝑎3
𝑟3
3 cos2 𝑧 − 1
mas 𝑎/𝑟 = 𝑝 é a paralaxe horizontal do astro perturbador. Logo
𝐹ℎ =
3𝐺𝑀𝑝 3 sin 2𝑧
2𝑎 2
[4]
𝐹𝑣 =
𝐺𝑀𝑝 3
𝑎2
[5]
3 cos2 𝑧 − 1
6.1 CASOS PARTICULARES
Os gravímetros nos proporcionam o módulo de 𝑔, isto é, 𝑔. Interessa-nos, portanto, a componente vertical da força de maré, dada por [5].
A componente vertical será nula se (expressão [5])
3 cos2 𝑧 = 1 ou seja, quando
𝑧 = 54∘ 44′ e 𝑧 = 126∘ 16′
Para 𝑧 < 54∘ 44′, a componente vertical da atração exercida pelo astro perturbador em 𝑃 é maior que a componente da atração exercida em 𝑂. O vetor diferença (componente vertical da força de maré) é orientado para o zênite, opondo-se a 𝑔 e, portanto diminuindo o valor de 𝑔.
Logo exige uma correção positiva.
Para 𝑧 > 125∘ 16′ o astro se encontra abaixo