Infeccao Em Uti
31: 337-348, jul./set. 1998
Simpósio: MEDICINA INTENSIVA: I. INFECÇÃO E CHOQUE
Capítulo I
INFECÇÃO EM UTI
INFECTION IN THE CRITICALLY ILL PATIENT
Cid Marcos Nascimento David
Docente do Departamento de Clínica Médica e Coordenador da Pós-graduação em Medicina Intensiva da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio de Janeiro; Presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
CORRESPONDÊNCIA: Dr. Cid Marcos Nascimento David— R. Guilhermina Guinle, 170/701 - CEP: 22260-070 - Rio de Janeiro; RJ. E-mail: philipe@unisys.com.br. DAVID CMN.
Infecção em UTI. Medicina, Ribeirão Preto, 31: 337-348, jul./set. 1998.
RESUMO: As infecções, de origem comunitária ou nosocomial, constituem-se numa das principais causas de mortalidade dos pacientes críticos, internados nas Unidades de Terapia Intensiva. O aumento de sua incidência e o aparecimento de potentes mecanismos de virulência por parte dos microorganismos têm sido relacionados ao incremento da resistência desses microorganismos aos antibióticos de largo espectro. Este artigo revisa alguns dos aspectos que envolvem as diferentes infecções, apresentadas pelos pacientes críticos, assim como aborda as controvérsias sobre a antibioticoterapia, utilizada no combate dos patógenos mais freqüentes.
UNITERMOS: Infecção. Antibióticos. Infecção Hospitalar. Infecções Comunitárias Adquiridas.
Unidade de Terapia Intensiva.
1. INTRODUÇÃO
A infecção é manifestação freqüente no paciente grave, internado na Unidade de Terapia Intensiva. O paciente pode ter infecção de origem comunitária, isto é, já presente ou incubada na época da admissão hospitalar, ou nosocomial, definida pelo aparecimento após quarenta e oito (48) horas de internação.
As infecções nosocomiais podem ainda ser consideradas precoces, quando surgem nas primeiras noventa e seis (96) horas de internação, ou tardias, quando, geralmente, está envolvido um processo de colonização microbiana por patógenos hospitalares. Cerca de
5%