Inexistência e Existência das Raças Humanas
Evidências genéticas negam existência de “raças humanas”, escreve o Doutor em genética humana Sergio D.J. Pena da UFMG O conceito de raça, um produto da imaginação cultural, precisa desaparecer da sociedade. Não há nenhuma razão em mantê-lo, principalmente por ter sido usado no passado como motivação para exploração do homem pelo homem, também no tráfico de escravos, no Holocausto nazista, As informações são doutor em genética humana Sérgio D. J. Pena, professor titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Ele também é autor do livro “Humanidade Sem Raças?”, da Publifolha. Segundo Pena, existem várias linhas de evidências que demonstram que não existem raças humanas. “A primeira é que a espécie humana é jovem –só tem 200 mil anos– e tem padrões migratórios amplos demais para permitir que houvesse a separação em raças diferentes”, analisa. O professor diz que, talvez, o indício genético mais forte contra a existência de raças é a demonstração de que mais de 90% da diversidade humana está dentro das populações, e não entre elas. “Por exemplo, se houvesse um cataclisma nuclear e toda humanidade desaparecesse e ficasse apenas a América do Sul, nós teríamos aqui 93% da variabilidade genômica de todo o mundo. Se desse cataclisma ficasse apenas uma cidade, como Belo Horizonte, nós teríamos pelo menos 90% da variabilidade genômica humana”, explica. De acordo com o pesquisador, um brasileiro de pele branca é tão diferente de qualquer brasileiro como de um indivíduo nascido em Nairóbi, na África, ou de outro que vive em Beijing, na China. O doutor acredita que o feriado do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, é uma data em que se deve refletir sobre o quanto de mal a noção de raça já criou anteriormente ao ser usada como justificativa para atos inumanos. “Cada um de nós tem um genoma único. Por que não valorizar essa