Inequidades em saúde e a questão de gênero

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1. POLÍTICA DE SAÚDE
No Brasil, na década de 1920, a política de saúde era considerada precária e possuía um perfil excludente no sentido de que não abarcava toda a sociedade brasileira, uma vez que o direito à saúde nesta década era marcado pelo vínculo trabalhista. Diante disto, tal década foi marcada por uma série de pressões por parte de diversas categorias profissionais no sentido de reivindicar a ampliação do acesso à saúde. Porém, apesar da abertura deste acesso no ano de 1966, através da criação do INPS, esta continuava marcada pela exclusão dos demais cidadãos brasileiros, uma vez que sua garantia era mediante a contribuição dos trabalhadores pertencentes a categorias reconhecidas por lei. Logo, observa-se que não havia no
Brasil um acesso pleno no que diz respeito à saúde estando esta vinculada à ideia de mérito.
A abertura do debate sobre direito à saúde criada no ano de 1986 pelo
Ministério da Saúde, resultou na VIII Conferência Nacional de Saúde. Esta conferência significou o marco desta política, pois após duas décadas de ditadura, houve a possibilidade de participação popular e de técnicos de saúde na tomada de decisões e integração nas discussões sobre a política de saúde.
Na VIII CNS, questões como saúde como um direito de todos e a atribuição da promoção de condições dignas de vida e acesso igualitário aos serviços de saúde como responsabilidade do Estado estavam presentes. É interessante apontar que ainda que as propostas apresentadas pela VIII CNS não tenham sido implantadas de imediato, a criação do Sistema Unificado e Descentralizado de
Saúde (Suds) fruto da VIII CNS, abriu caminho para a criação do Sistema Único de
Saúde (SUS).
O SUS marca um momento muito importante na história da saúde devido ao significado de conquista da mesma como um direito a ser garantido pelo Estado de maneira igualitária. Este é considerado possuidor de um diferencial uma vez que engloba políticas de saúde, previdência e assistência

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