INDÚSTRIA CULTURAL E A DOMINAÇÃO MASCULINA
INDÚSTRIA CULTURAL E A DOMINAÇÃO MASCULINA
Bruno Kaoru Yamanishi
João Pedro Curi Simões
Luiz Gustavo Maia
Marcelo de Souza Pereira
Curitiba, 2010
A sociedade moderna vive imergida em um mundo criado pela “Indústria Cultural” (ADORNO & HORKHEIMER, 1997). Mundo este, que serve apenas para manter as pessoas sob intensa manipulação e controle. É praticamente um universo paralelo o qual tem como objetivo favorecer a implantação do comércio e consequentemente aumentar o consumo. Essa realidade cinematográfica gera um prolongamento da vida real, uma ilusão com a qual é possível manter a sociedade dominada, prevenir qualquer reflexão a respeito e impor a regressão do esclarecimento.
A postura liberal e democrática supostamente vista na Indústria Cultural, a qual de certo modo tenta inserir elementos culturais e artísticos através de seus instrumentos de comunicação, não deixa de ser impiedosa. Necessita da concordância das pessoas para ser legitimada e então agir em prol da dominação econômica. A publicidade se oferece sedutora a compra e venda de produtos, define status e cria uma imagem de liberdade de escolha.
Para Adorno, ela trona isso possível através da criação de símbolos e da sacralização dos momentos cotidianos. Criar um anúncio é criar um vetor gerador de outra realidade, construindo um mundo idealizado tal qual um espelho mágico reflete uma ilusão. Transforma-se em arte, influencia, aumenta o consumo, transforma hábitos, educa, informa. Desse modo pretende atingir a todos.
Ultrapassando de longe o teatro de ilusões, o filme não deixa mais à fantasia e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimensão na qual estes possam, sem perder o fio, passear e divagar no quadro da obra fílmica permanecendo, no entanto, livres do controle de seus dados exatos, e é assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade.