Indústria cimenteira
Hayrton Rodrigues do Prado Filho
Diretor Editorial da Revista Banas Qualidade
Revista Banas Qualidade, novembro de 2003
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias e contém dois elementos essências: o conceito de necessidade, sobretudo as fundamentais dos mais pobres, que devem receber a máxima prioridade; e a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõem ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras. Alguns setores produtivos, como a mineração, siderurgia, papel e celulose, petroquímica e a indústria cimenteira, por exemplo, são mais poluentes do que outros. Dessa forma, qualquer processo de desenvolvimento só será válido se for baseado na sustentabilidade, pois sem isso acontecem sucessos imediatos, mas fatalmente o futuro ficará comprometido. Qualquer setor industrial que provoque a exaustão de seus recursos naturais em nome da riqueza ao curto prazo, causará dano à sociedade. Se o recurso for fundamental e não reposto, quer pela impossibilidade física, quer pela falta de meios financeiros, é possível que a pobreza se instale em regiões outrora prósperas de forma irremediável. Quando o próprio processo de industrialização ou de urbanização resulta em dano ambiental, como a contaminação do ar ou de mananciais, mas ao mesmo tempo promove o desenvolvimento, a tendência é ignorar que o custo ambiental onerará a população por longos períodos, dezenas de anos. Um dia, a recuperação de passivos ambientais exigirá imensos gastos que passarão a onerar a população, que poderia ter aqueles recursos destinados a investimentos em outras áreas de maior retorno social ou econômico. O custo ambiental será sempre cobrado da população, seja sob a forma de perda de qualidade de vida, seja pelo aumento de gastos públicos ou privados.
Esses custos só se