Industrialização restringida
O período de 1933 a 1954 foi de extrema importância na evolução da economia brasileira, especificamente da indústria. Isso devido ao fato de que ocorreu uma industrialização, ainda que tardia e restringida. Tardia porque foi muito atrasada em relação a outros países, e isso acarretou em muitos obstáculos para essa industrialização, dificultando ainda mais o processo, uma vez que as bases técnicas eram muito mais desenvolvidas em países que já haviam se industrializado anteriormente. Restringida, porque essa industrialização tinha muitas limitações, como disse João Manoel Cardoso de Mello, e até por conta disso foi muito lenta. Basicamente, existiam 3 obstáculos consideráveis: o capital para fazer o investimento necessário, dificuldades de ordem técnica e a taxa de cambio.
Nesse contexto de muitas dificuldades, quem teve um papel decisivo foi o Estado. Juntamente com o financiamento bancário, tornou possível que houvesse a industrialização no país. Segundo Mello, houve nesse período um deslocamento do centro dinâmico da economia, o chamado modelo de substituição de importações, que se baseava no pressuposto de passar a produzir o máximo possível internamente, procurando evitar as exportações, visando desenvolver cada vez mais a indústria interna. Ainda mais depois de uma forte crise econômica mundial, essa mudança do centro dinâmico era essencial, uma vez que se tratava de um pós-crise em que muitos países sofreram muito e, portanto, a oferta mundial de produtos caiu muito. Depender unicamente do comércio externo não era uma boa ideia, nem de perto.
Esse processo de substituição de importações, segundo Mello, teve duas etapas: a industrialização intensiva e a industrialização extensiva. A primeira, trata-se de bens duráveis e bens de produção pesados, e representava uma expansão vertical do mercado. A segunda, trata-se da indústria de bens de consumo e bens de capital/consumo duráveis leves, e representava uma expansão