industria petroquimica
FORMA GERAL E A VARIANTE PATERNALISTA)*
Antônio Sérgio Alfredo Guimarães**
Uma gestão paternalista pode ser definida genericamente como uma "personalização das relações salariais" (Agier, 1987:5)¹ Hirata e Sugita (1988) comentam que a pujança do moderno capitalismo japonês, que associa o progresso técnico e a grande empresa à organização paternalista, faz ruir duas idéias que pareciam indiscutíveis: que o paternalismo fosse uma forma de gestão do capitalismo concorrencial ou, quando muito, uma forma restrita atualmente às pequenas empresas familiares.
Certamente, o desenvolvimento do capitalismo no ocidente europeu e sua extensão norte-americana seguiu um modelo de organização do trabalho em que as esferas da produção e da reprodução se consolidaram em espaços separados. De fato, a gerência de pessoal ocidental moderna, que reconhece todos os chamados direitos trabalhistas, pressupôs um avanço da cidadania operária sobre o local de trabalho, tornando pública uma esfera anteriormente considerada privada. No limite, os mundos fabril e doméstico, redefiniram-se à imagem da separação entre público e privado prevalecente nas relações políticas.
Essa separação, todavia, além de nunca ser completa, jamais foi verdadeira para a gerência que se formou no ambiente não europeu do capitalismo tardio ou periférico.
O Japão parece ser o exemplo mais conspícuo e mais bem sucedido de que as lógicas da produção e da reprodução definem conjuntamente o regime fabril (Kergoat e Hirata).
Ademais, nesses países de capitalismo periférico ou tardio a fábrica continua sendo um espaço tipicamente privado. O que surpreende ao marco de referência europeu é a forma como neles as vantagens sociais características do estado de previdência se institucionalizam nos marcos do domínio privado e arbitrário da produção.
No caso brasileiro, o paternalismo gerencial tem sido um traço reiteradamente observado nas empresas estatais