Industria de bens de consumo duraveis
Veneno do bem Chega ao mercado o remédio contra o diabetes que é feito a partir da saliva de um lagarto
Paula Neiva Acaba de ser aprovado pela FDA, a agência americana de controle de remédios e alimentos, o primeiro de uma nova classe de medicamentos contra o diabetes tipo 2, uma doença que atinge cerca de 10 milhões de brasileiros. Produzida em parceria pelos laboratórios Eli Lilly e Amylin, a substância exenatida será vendida sob o nome comercial de Byetta. A previsão é que o novo remédio chegue ao Brasil no próximo ano. A exenatida imita a ação do GLP-1, um hormônio produzido no intestino, na presença de alimentos. Entre outras funções, o GLP-1 estimula a produção e a secreção do hormônio insulina pelo pâncreas. Nos pacientes diabéticos tipo 2, a atividade do GLP-1 é insatisfatória, o que reduz as taxas de insulina e aumenta as de açúcar no sangue – as duas principais características do diabetes. A princípio, a exenatida será indicada em associação com dois outros tipos de remédio para o controle da doença – as metforminas, que melhoram o desempenho da insulina no organismo, e as sulfoniluréias, que incentivam a liberação de insulina pelo pâncreas. "Essa combinação de medicamentos é recomendada apenas para pacientes em estágio inicial ou moderado da doença", diz o endocrinologista Freddy Eliaschewitz, pesquisador da Universidade de São Paulo. Quadros mais graves de diabetes exigem doses extras de insulina. A atuação da exenatida vai além. Ela também age no cérebro, aumentando a sensação de saciedade. Isso para um remédio contra o diabetes é um senhor predicado. O excesso de peso é um dos principais fatores de risco para a doença e aumenta a probabilidade de distúrbios cardiovasculares – o que, para os diabéticos, é