Individualismo/ diferenças individuais
Sumario |
[Acordamos cedo, dia após dia, a viver numa rotina esfusiante, em volta de movimentos programados. Estamos constantemente preocupados em consumir e manter o nosso individualismo, alimentando o ego através dos estereótipos, acabando finalmente por destruir a própria individualidade do sujeito, tornando-se num ser anémico sem qualquer interesse em mudar, em ser diferente, nem ao menos ser dotado da capacidade de produzir uma mera opinião, tornando-se num protótipo de um rebanho obediente. Não deixa de ser curioso que uma sociedade que prega o seu individualismo acabe por promover a perda da sua identidade e usa-la como um meio de controlo. Perante este consumismo de alma, crescendo como um cancro ruminante, é que Ortega y Gasset, bem como, Gilles Lipovetsky defendem nas suas obras – Rebelião das Massas e Felicidade Paradoxal, sendo as suas ideias expostas sucintamente neste trabalho.]
Breve análise da obra “Rebelião das Massas”
Gasset, começa por se referir ao homem-massa não como uma classe mas como uma forma de viver o Mundo. A ocupação deste Mundo pela multidão cria um problema que existe na actualidade -“encontrar um lugar”. “As cidades estão cheias de gente. As casas, cheias de inquilinos. Os hotéis, cheios de hóspedes. Os trens, cheios de passageiros. Os cafés, cheios de consumidores. Os passeios, cheios de transeuntes. Os consultórios dos médicos famosos, cheios de pacientes. Os espetáculos, não sendo muito fora de época, cheios de espectadores. As praias, cheias de banhistas. O que antes não costumava ser problema agora passa a sê-lo quase de forma contínua: encontrar lugar.” (pág.18 )
O homem-massa não vive este problema da procura do seu lugar no Mundo porque se considera idêntico a todos os outros. Sentindo-se bem com esta maneira de viver e de se ver a si próprio acaba por não sofrer dos sentimentos de angústia normalmente associados à descoberta da