Indisciplina
Pesquisadora da Universidade de Genebra defende que esse problema só pode ser enfrentado com a gestão participativa
Todo gestor conhece de perto a dificuldade em lidar com situações de indisciplina. Não é raro sentir-se impotente e esgotado diante de alunos que parecem teimar em quebrar as normas da escola, se confrontar com colegas, professores e funcionários e não se comportar. Onde está o problema? No aluno? Na família? No professor? De acordo com Silvia Parrat-Dayan, pesquisadora dos Arquivos Jean Piaget, da Universidade de Genebra, na Suíça, a origem da indisciplina está numa crise que se abateu sobre escolas do mundo todo: o choque entre um modelo educativo ultrapassado e um público que está passando por transformações profundas.
No livro Como Enfrentar a Indisciplina na Escola, Silvia defende que, por trás do ato indisciplinado, está a urgente necessidade de repensar a relação do professor com o aluno e os problemas pedagógicos que são decorrentes dela. Ao fazer isso, a escola chama para si a responsabilidade de debater o comportamento inadequado (e, em casos mais extremos, a violência), em vez de tratá-los apenas como interferências externas. "A disciplina é importante no ambiente escolar não para haver um controle sobre os estudantes, mas como um elemento para facilitar as relações interpessoais e o processo de aprendizagem. E assim deve ser construída com os alunos", explica.
Por que a indisciplina se tornou um problema para a Educação em países do mundo todo?
Teoricamente, em qualquer sistema, quando um dos fatores se altera, todo o conjunto teria de se modificar também. Com a escola, porém, isso não aconteceu. A sociedade mudou, assim como o público que a frequenta, mas ela continuou a seguir um modelo tradicional de organização e de relacionamento interpessoal. Nesse cenário, a indisciplina nada mais é do que o choque entre a cultura escolar e a dos alunos, pois uma não conhece