Indisciplina em questão
Entre as diversas questões que atravessam a vida escolar contemporânea, encontramos a indisciplina como um dos problemas mais estressantes, independentemente da classe social considerada e do fato de se tratar de escolas da rede pública ou privada. Certamente que há muitos outros problemas na educação, mas a dificuldade de lidar com os alunos em sala de aula vem sendo apontada pelos educadores como uma das mais complicadas de equacionar.
A indisciplina na escola é ação que não está descontextualizada, podendo ser entendida como uma forma de expressão das instituições implicadas com certos modos de pensar e de fazer educação. Ela tem provocado como um de seus efeitos o adoecimento de professores e o encaminhamento de muitos alunos para especialistas.
A princípio, pode-se considerar indisciplina como um ato em desacordo com as regras e normas, ou seja, uma transgressão ao que está estabelecido, o que infringe a ordem prevista. Já a violência, como uma exacerbação da indisciplina, é o que causa dano físico ou moral ao(s) outro(s) ou a si próprio. Ambas são vivências desestabilizadoras e vêm sendo consideradas na atualidade como o principal obstáculo ao bom desenvolvimento do processo de ensinar-aprender nas escolas.
As queixas de indisciplina e violência, caracterizadas como mau comportamento, desrespeito, bagunça ou mesmo ausências (aluno fora da sala ou sem atenção dentro da sala), vêm aumentando e levando muitas vezes a escola a priorizar a disciplina como objetivo educacional, o que gera apenas expectativas normalizadoras. É importante ressaltar que, quando a questão disciplinar passa a ser o eixo norteador do processo educacional, as relações entre os diferentes segmentos passam a ser avaliadas dentro da dualidade respeito ou desrespeito à ordem. Assim, acabam se multiplicando as técnicas de controle e as oposições entre direção e professores,direção e funcionários, professor e aluno, escola e família,