Indio

Para conhecer melhor os povos indígenas, temos que entender sua realidade a partir de sua perspectiva. Conseguimos compreender por que surgem tantos equívocos quando nos vemos diante de uma cultura muito diferente da nossa quando muita coisa parece estranha ou ''anormal'', mas o que leva uma sociedade a refletir e considerar algo ''normal'' ou ''anormal'? Para muitos jovens de qualquer grande cidade neste inicio do século XXI a ideia de usar um piercing, ou seja, de perfurar a pele para usar um enfeite de metal é a coisa mais natural do mundo. Muito provavelmente para avó do mesmo jovem ou para um parente que venha do interior isso não é nem um pouco normal, o objeto pode ser o mesmo, mas é compreendido de maneira totalmente diferente dos avós e dos amigos do mesmo jovem. Ele é apenas um dos muitos sinais que qualquer grupo tem de adotar formando uma espécie de códigos.
Seus integrantes podem se expressar de uma linguagem simbólica por meia de roupas, penteado, gestos músicas e maneira de falar. Para quem não entende a linguagem daquele grupo tais sinais são incompreensíveis, a experiência pode ser semelhante a um filme estrangeiro sem legenda. Porém tudo pode ganhar um sentindo se fizermos um esforço para ver as coisas a partir das perspectivas deles.
É preciso antes de tudo evitar o primeiro equivoco, durante anos nos habituamos a falar sobre os índios brasileiros, com tudo nos últimos tempos os antropólogos tem nos ajudado a compreender que esta entidade abstrata não existe: são estimados em 230 os povos indígenas que vivem hoje em nosso território, são diferentes culturas, tradições, muitas vezes idiomas distintos, assim como são distintos os mitos, a maneira de se casar, construir habitações e organizar aldeias. É claro que existem traços comuns a muitos povos, mas ao abordar vários aspectos de sua vida procuraremos buscar o que cada um tem de especifico, todos tendemos a julgar os outros a partir do nosso ponto de vista isso fez com que a história