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Edgard Carone
I. A posição das oligarquias
O golpe de 10 de novembro de 1937 leva ao poder grupos compósitos, re presentativos de classes sociais diferentes, que vão das oligarquias agrárias até o
Exército, o que se dá é uma trama, onde certos segmentos se unem contra outros o fato traduzindo uma luta política pelo poder do Estado.
A partir de 1935, são as classes dirigentes oligarco-burguesas que ajudam
Getúlio Vargas a esmagar o movimento operário e os elementos liberais. Entre
1936 e 1937, o governo vai estendendo a sua malha e, usando de ameaças e de seu poder crescente, pouco a pouco vai derrotando as oposições: primeiro, tentando adiar o problema da sucessão presidencial; depois, deslocando os generais oposicionistas, intervindo no Rio Grande do Sul para expulsar o Governador
Flores da Cunha, fazendo aliança com o integralismo e reforçando sua posição no Exército.
Aliança significa conluio entre grupos, com a finalidade de domínio sobre outros grupos. O jogo pela permanência do poder, assim, leva automaticamente à exclusão de terceiros. Quem apóia o golpe de Getúlio Vargas? Nos Estados existem grupos oligarco-burgueses no poder e fora do poder, isto é, os situacionistas e os oposicionistas. Diferente foi a política adotada por Getúlio para cada Estado, mas podemos dividí-la da seguinte maneira:
1) a oposição do Rio Grande do Sul, que é favorável ao Presidente da República, é agora governo, porque Flores da Cunha fora obrigado a fugir para o
Uruguai;
2) nos Estados, quando o situacionismo é antigetulista (São Paulo, Pernambuco e Bahia), Vargas faz alianças secretas com a oposição;
3) em todos os outros Estados, depois da Missão Negrão de Lima, os governadores aderem ao golpe.
No interim de 1937, a depuração do Exército torna o organismo mais coeso em torno dos generais Eurico Gaspar Dutra e Góes Monteiro, todos dois responsáveis direitos pelo 10 de novembro. Também Plínio Salgado, chefe da Ação
Integralista