Independências: Brasil e Uruguai
O presente trabalho visa analisar os processos de independência do Brasil e Uruguai, bem como as circunstâncias que impulsionaram cada um deles. Por fim, se tentará uma breve abordagem de caráter comparativo, para que se evidenciem as semelhanças observadas entre as duas independências.
1. A independência do Brasil
O primeiro texto a ser analisado, de Valentim Alexandre, compreende a “questão nacional e questão colonial na crise do Antigo regime portuguesa”, de forma a conciliar de que forma se relacionaram estes dois aspectos, que culminam na independência do Brasil.
O autor inicia sua abordagem tendo em vista o momento de conflito de poderes no interior do regime português, quando emerge como questão de teor principal o que se chamava de “questão brasileira”. Constituía-se, basicamente, de discussões sobre as medidas a serem postas para o Brasil, das relações a estabelecer com as autoridades lá constituídas, do controle da evolução política de suas capitanias, na maioria das quais se vivia então uma situação instável.
Segundo a análise do autor sobre a conjuntura, com a forçada adesão do Rei ao sistema constitucional e seu regresso a Portugal, a princípio parecia se apresentar grande vitória dos vintistas, no desaparecer do risco maior de um confronto aberto com um Brasil dominado pela Corte do Rio. Porém, devido à regência deixada na capital fluminense, confiada ao próprio príncipe herdeiro, cujas instruções não pareciam – e não eram – previstas a qualquer subordinação às Cortes, outros perigos pareciam se levantar. Nas diversas capitanias brasileiras se mantinham autoridades do antigo regime, mas mesmo nas que se tinha declarado adesão ao constitucionalismo, tornava-se muito duvidosa a submissão às diretrizes emanadas de Lisboa. É neste contexto de inquietação das Cortes com relação à situação no Brasil, da sua possibilidade de separação dos dois reinos, que Valentim Alexandre se atem à análise dos debates desenvolvidos e