Independência dos países latino americanos
A etapa nacional da história da América Latina iniciou-se em 1824. Numa altura em que conservadores, liberais, federalistas e centralistas formavam partidos e fações políticas, a geração protagonista da independência começava a construir uma história que justificasse a nacionalidade.
Estabeleceu-se então o culto dos símbolos (bandeira, escudo e hino) e dos heróis pátrios, enobrecendo as suas figuras e propondo-os como exemplos a imitar. Desenvolve-se assim uma história oficial que só exaltava os protagonistas crioulos da independência, cujos descendentes ocupam o poder.
As revoltas populares entram no panteão nacional como recordações de um passado já superado. Segundo a história oficial, todos os protagonistas da América Latina do século XIX eram um produto do colonialismo espanhol e tinham como solução o fim do império. A culpa era sempre atribuída à herança espanhola ou à mistura de raças.
Os novos países deviam tomar como exemplo a Europa próspera e liberal do Norte e atrair colonos dessas paragens. A história oficial não se revê na usurpação europeia das terras americanas desde o século XV. O paternalismo colonial tinha impedido o desenvolvimento dos indígenas, que deviam ser civilizados e incorporados na ordem liberal.
Para a história oficial das revoluções latino-americanas, estas fazem parte da onda revolucionária que começou nos Estados Unidos, passou pela Europa e se estendeu às Repúblicas do Sul. Considerava que a sua independência tinha seguido o modelo das 13 colónias americanas e tinha estabelecido uma certa solidariedade anti-europeia.
Nem todos os territórios americanos se tornaram independentes nem todos adotaram formas republicanas, mas na história oficial nunca há lugar para a primeira república independente da América Hispânica, o Haiti, o país onde ocorreu uma verdadeira revolução social.
O processo de independência não teve um desenvolvimento linear e generalizado. Variou consoante as regiões e entre