Independencia das colonias
Título: Desenvolvimento de políticas públicas para a inserção da mulher angolana no mercado de trabalho1 Aline Pereira2 Introdução
O processo de integração da economia angolana no mercado global (inicio da transição para o multipartidarismo em Angola, nos anos 90) reforçou a desigualdade de género no mercado de trabalho. A mulher angolana encontra barreiras para integrar-se no mercado formal de trabalho, para ascender na carreira, para receber maiores salários, para qualificar-se. Apesar das mulheres representarem uma das principais fontes de rendimento dos agregados familiares angolanos, elas ainda são relegadas para posições secundárias no mercado de trabalho, muitas das vezes empurradas para os mercados informais caracterizados pela extrema insegurança e incerteza e onde lhes esperam condições de vida miseráveis. A discriminação e a desigualdade de oportunidades além de obstarem o desenvolvimento da angolana comprometem o desenvolvimento da sociedade como um todo, a nível, económico, social e humano, dado o peso da mulher a todos estes níveis. Tal problema tem sido reconhecido por organizações internacionais e doadores, a par das ONG nacionais, que apesar dos esforços e projectos desenvolvidos nesta área não se podem obviamente substituir ao Estado enquanto actor central capaz de delinear uma estratégia nacional de combate ao problema. A actual desigualdade de género no mercado de trabalho em Angola deve-se basicamente a três factores centrais: 1) A migração de grande parte das famílias da área rural para a capital do país devido à guerra civil que, com algumas interrupções, se estendeu desde a independência em 1975 até 2002 (assinatura do memorando de paz). A súbita concentração de pessoas nas áreas urbanas gerou uma procura acentuada por trabalho e as mulheres, com poucas ou