Incosnciente
Desejo expor em poucas palavras e tão simplesmente quanto possível o que o termo ‘inconsciente’ veio a significar na Psicanálise e somente nesta.
Uma concepção — ou qualquer outro elemento psíquico — que se ache agora presente em minha consciência pode tornar-se ausente no momento seguinte, e novamente presente, após um intervalo, imutada, e, como dizemos, de memória, não como resultado de uma nova percepção por nossos sentidos. É este fato que estamos acostumados a explicar pela suposição de que, durante o intervalo, a concepção esteve presente em nossa mente, embora latente na consciência. Sob que forma ela pode ter existido enquanto presente na mente e latente na consciência não temos meios de adivinhar.
Neste exato momento, podemos estar preparados para enfrentar a objeção filosófica de que a concepção latente não existiu como objeto de psicologia, mas como uma disposição física para a repetição do mesmo fenômeno psíquico, isto é, da dita concepção. Mas podemos replicar que isso é uma teoria que ultrapassa de muito o domínio da psicologia propriamente dita; que ela simplesmente incorre em petição de princípio ao asseverar que ‘consciente’ é um termo idêntico a ‘psíquico’, e que está positivamente errada ao negar à psicologia o direito de explicar seus fatos mais comuns, tais como a memória, por seus próprios meios.
Ora, permitam-nos chamar de ‘consciente’ a concepção que está presente em nossa consciência e da qual nos damos conta, e que este seja o único significado do termo ‘consciente’. Quanto às concepções latentes, se temos qualquer razão para supor que elas existam na mente — como tínhamos, no caso da memória — que elas sejam designadas pelo termo ‘inconsciente’.
Assim, uma concepção inconsciente é uma concepção da qual não estamos cientes, mas cuja existência, não obstante, estamos prontos a admitir, devido a outras provas ou sinais.
Esta poderia ser considerada uma amostra desinteressante de trabalho