Inconsciente Emocional E Motivacional
Por Marco Aurélio Mendes
Resumo:
A última década do século XX ficou conhecida como a década do cérebro devido aos grandes avanços da neurociência. A tecnologia acabou permitindo que se observasse um entrelaçamento dos processos neurobiológicos e psíquicos, levando a hipótese dualista cartesiana mente-corpo a ser descartada, na medida em que todo processo psicológico passou a ser considerado também um processo biológico , corporal, atuando em cima do tecido nervoso, das sinapses e na neuroquímica do cérebro.Em função da amplitude do tema, serão ressaltados neste artigo , as contribuições de Damásio e Ledoux sobre a importância dos processos inconscientes na emoção.
A emoção, para estes autores, é vista como um rótulo sob o qual se abrigam diferentes tipos de sensações, mediadas por sistemas neurais distintos e específicos, que tiveram origem na história evolutiva do homem, já que não existe no cérebro uma faculdade chamada emoção, como já falamos. A emoção provavelmente se estabeleceu na evolução antes do aparecimento da consciência, e emerge em cada um de nós como resultado de indutores que com freqüência não reconhecemos conscientemente (DAMÁSIO,2000, p.57).
Muito se fala sobre o fato da emoção ser publicamente observável. Ao mesmo tempo em que alguns aspectos das emoções podem se tornar manifestos, não podemos associá-las apenas com estas manifestações. Na verdade, as emoções podem ser definidas como “um conjunto complexo de reações químicas e neurais, formando um padrão” (DAMÁSIO,2000, p.74). Elas tiveram origem na história evolutiva do homem, trazendo vantagens de sobrevivência, na medida em que, diante de determinada situação, acionavam respostas de rápido processamento, de maneira automática. Dependem dos mecanismos cerebrais que foram sendo construídos ao longo da história do homem, sendo processos determinados biologicamente e de modo inato, podendo a cultura e o aprendizado lhes conferir apenas