inconciência

A Droga da Inconsciência

Triste é o que o ser humano faz com ele. Quem aprendeu isso foi Carlos, estudante de educação física, que vivia no Paranaguá. Sua infância foi como qualquer criança nascida em bairros pobres e marginalizados: vivia com a mãe solteira, que trabalhava de doméstica nas casas do centro da cidade. Ele estudava e voltando da escola ia brincar com os amigos nas ruas. Sempre foi convicto de que estudar era importante, por isso se esforçava para ser sempre o primeiro da classe. A sua escola ficava do outro lado do bairro, que era um dos maiores da cidade. Seus amigos, que estudavam também com ele, sempre paravam em outra rua, três quarteirões de distância de onde moravam, e sempre o chamavam para ir com eles. Vendo a popularidade de seus amigos no colégio, uma vez resolveu aceitar o convite que dava para uma boca de fumo onde passou a freqüentar. Seus amigos na escola eram muitos “requisitados” pelas meninas. Ele queria ter essas qualidades. Para ser “legal” não é preciso seguir a ordem dos outros, mas ele queria ter aquele prestígio que seus amigos tinham, chegado a usar cocaína com eles. Carlos sempre foi um aluno respeitável e cumpridor das obrigações. Sempre tirou nota alta e suas atividades feitas esforçadamente. Porém, seu rendimento começou a cair e sua conduta ficou insuportável demais e com isso foi expulso do colégio. Não deu muito pra recuperar – se do vício. Acabou saindo de casa para desgosto da mãe. O resultado foi trágico: ele, por causa da cocaína, perdeu quase todos os dentes, destruiu a cartilagem do nariz e pegou uma infecção numa veia onde injetava droga. Só mais tarde voltou a normalidade cheio de cicatrizes. Sobreviveu... E os outros não sobreviveram?