Incompetência istmo-cervical
A incompetência istmo-cervical é caracterizada por uma dilatação cervical indolor no segundo trimestre ou no início do terceiro trimestre, com prolapso e distensão das membranas para a vagina, seguida pela ruptura das membranas e expulsão de um feto imaturo. Ou seja, incompetência istmo-cervical é a incapacidade do colo uterino de manter uma gravidez intra-uterina até o termo, resultando assim em abortos espontâneos ou partos prematuros. A incompetência istmo-cervical, ainda que pouco frequente, tem sido bastante estudada, principalmente, a partir de 1950. Já em 1658 Cole e Cellpepper, em seu livro Practice of Physick, descreveram a incompetência cervical como uma entidade clínica e apontaram a possível etiologia do processo à quebra das fibras uterinas e da cérvix. Mas o uso do termo incompetência é atribuído a Gream, em 1865, no periódico Lancet. Desde esses primeiros relatos até a actualidade, o tratamento da incompetência cervical tem sido fundamentalmente cirúrgico, inicialmente com Herman (1902) realizando a traquelorrafia em três mulheres com perdas gestacionais recorrentes. Destas, duas tiveram sucesso em gestações futuras. A partir de então vários profissionais descreveram diferentes técnicas cirúrgicas com o intuito de restaurar a integridade funcional do orifício cervical interno, como Child (1922), Palm e La Comme (1948), Lash (1950). Shirodkar (1955) e McDonald (1957) introduziram os métodos de cerclagem cervical, até hoje mais utilizados, e Benson e Durfee (1965) defenderam uma abordagem transabdominal em pacientes cuja abordagem transvaginal havia falhado ou era impossível de ser realizada. A importância da incompetência istmo-cervical (IIC) reside, principalmente, no facto de que com o tratamento cirúrgico, os resultados são, amiúde, favoráveis, permitindo que uma mulher anteriormente infértil passe a ter gestações com viabilidade fetal. Tendo em conta a importância da incompetência istmo-cervical e o facto de ser uma