inclusão

INCLUIR PARA EXCLUIR

A inclusão pode ser vista como o primeiro passo num a operação de ordenamento, pois é preciso a aproximação com o outro, para que se dê um primeiro reconhecimento, para que se restabeleça algum saber, por menos que seja, acerca desse outro.Detectada alguma diferença, se estabelece um estranhamento, seguido de uma oposição por dicotomia: o mesmo não se identifica com o outro, que agora é um estranho.Nesse caso, funcionaria como um dispositivo de equalização tal que, paradoxalmente, descolaria a norma para um ponto diferente daquele que tem hoje.
Há toda uma discussão ética nos debates sobre inclusão, o principal a dizer sobre isso é que não basta argumentar a favor da inclusão tomando como tranquilo um imperativo naturalizante, por exemplo não bastam vontade política e competência técnica para que se implemente com sucesso a inclusão.
É fácil ver que esse tipo de argumento entende o uso social da norma como um “mau uso”, como desvio em relação a um estado natural, original e prévio.Além disso, a norma, ao mesmo tempo que permite tirar, da exterioridade selvagem, os perigosos, os desconhecidos, os bizarros e tornando-os inteligíveis, familiares, distância segue ponto que eles não se incorporem ao mesmo.
O anormal é mais um caso, sempre previsto pela norma.Ainda que o anormal se oponha ao normal, tão central para o governo dos outros; ninguém se escapa dela.
É essa dupla realidade da norma de um lado: norma como regra de conduta, como oposição à irregularidade funcional, como oposição ao patológico e a doença que faz dela um operador tão útil para o biopoder.
O que vai no mesmo sentido, mas por razões diferentes, trata-se do fato de que colocar todos os anormais num mesmo plano significa não atender para as peculiaridades culturais que se estabelecem em cada grupo.

A inclusão para não excluir entendo que ela tem que se levar em conta que cada indivíduo tem sua história, não dá para se fazer uma inclusão da mesma forma para todas, como