inclusão nas escolas estaduais
Muitas crianças e adultos são criticados por falta de atenção, impulsividade por deixarem tudo largado ou pela metade. É comum tentar explicar estas características como traços de personalidade, irresponsabilidade ou falta de interesse. Mas quando essa falta de atenção, descuido ou adiamento crônico são muito intensos, é possível ser um caso de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas que aparece na infância e pode ou não acompanhar o indivíduo por toda a sua vida. Caracteriza-se principalmente por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. É comum o transtorno apresentar comorbidade com outras doenças ou transtornos, como a dislexia. Em crianças com dislexia, as chances são maiores. Segundo a psicóloga Maria Inez, da Associação Brasileira de Dislexia, até 50% dos casos de dislexia podem ter TDAH.
Para o psiquiatra Mario Louzã, coordenador do Projeto de Déficit de Atenção e Hiperatividade (PRODATH) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a explicação pode estar na gênese das duas doenças. “É possível que ambas tenham uma base neurobiológica comum, ligada à maturação do sistema nervoso central”, explica.
Diagnóstico e tratamento
Assim como na dislexia, o TDAH costuma ser mais reconhecido quando a criança começa a frequentar a escola e a demanda por atenção aumenta. Segundo Louzã, neste período a criança já consegue permanecer sentada por algum tempo e prestar atenção em uma aula. Agora, se a criança apresenta muita inquietação, não conseguindo ficar quieta ou sentada durante uma atividade – seja uma aula ou uma refeição – este comportamento já deve levantar suspeita de TDAH.
Durante o diagnóstico de dislexia também é possível identificar a doença. “Percebemos traços do TDAH quando a criança fica a todo o momento falando o que acontece em volta, olha e pergunta sobre várias coisas ao mesmo