Inclusiva
Esse relato é fruto da experiência de regência, do estágio supervisionado da disciplina de Prática de Ensino I, do Curso de Licenciatura em Artes Visuais, da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus de Juazeiro, Bahia. O Projeto foi construído para ser aplicado em uma escola municipal de Juazeiro/BA, para a turma de 2º ano do Fundamental I.
Como a disciplina em questão é artes, um dos conteúdos escolhidos para o projeto “Arte em cores” foi: cores. Pesquisei na internet histórias curtinhas que falassem sobre cores primárias e secundárias, dentre elas selecionei para a primeira aula “Jardim das Cores” de Guilherme Reis. Preparei fichas com perguntas a respeito do filme e para finalizar os alunos deveriam produzir um desenho livre utilizando a cor que eles mais gostassem. Tudo daria certo, visto que havia aplicado a referida aula para as minhas sobrinhas de 4 e 8 anos e foi um sucesso.
Cheguei entusiasmada para o meu primeiro dia de regência, montei os equipamentos (notebook, data show), expliquei a sequência das atividades e comecei a aula. Ao iniciar a exibição do filmes, alunos estavam bastante concentrados. Olhei para cada um deles com orgulho, tamanho o silêncio e a atenção que despendiam para a atividade proposta, sem burburinhos, apenas a melodia que acompanhava o desenrolar da narrativa. Nessa observação me deparei com uma situação constrangedora, um aluno que aqui o chamarei de João, buscava ansiosamente o que se passava, ouvia atentamente à melodia, como se procurasse alguma verbalização que o levasse a compreender o que estava acontecendo, percebi então que no desejo de fazer algo criativo, lúdico de modo a envolver todos os alunos eu havia cometido o maior ato de exclusão de minha vida. O aluno em questão era cego.
Como os alunos pediram para reproduzir novamente o filme, prontamente obedeci, visto que não sabia o que fazer diante de tal fato. Nesse momento veio uma enxurrada de