inclusao social
David Rodrigues
Universidade Técnica de Lisboa
Faculdade de Motriciadde Humana
Departamento de Educação Especial e Reabilitação
"A Educação Física perante a Educação Inclusiva: reflexões conceptuais e metodológicas",
Publicado no Boletim da Sociedade Portuguesa de Educação Física, 24/25, pp. 73-81.
1. A escola e a diferença
O desenvolvimento no século XIX na Europa da escola “universal, laica e obrigatória” é uma movimento internacional que, pelo menos ao nível das suas intenções, procurou dar à totalidade da população uma base comum de instrumentos de cultura que permitisse aplanar as grandes diferenças sócioculturais dos alunos. A escola universal seria assim como que um elemento compensatório que, dando a todos os alunos um conjunto de conhecimentos comuns, lhes permitiria com mais equidade o acesso à competição de onde sobressairiam os melhores.
O certo é que, pensada para ser solução de um problema, a escola - que hoje designaríamos por escola pública - foi-se tornando parte do problema que tinha por objectivo resolver. Criada para dar educação básica a todos e à qual todos deveriam ter acesso, a escola pública tradicional desenvolveu práticas e valores que progressivamente contribuiram para acentuar as diferenças entre os alunos e que colocaram precocemente fora da corrida da aquisição de competência largos estratos da população escolar. insucesso escolar, o abandono da escola,
Assim, o
os problemas de disciplina, a
rigidez dos currículos, etc., fizeram com que a escola que deveria integrar e acolher todos, fosse, ela própria, um instrumento de selecção que, em muitos
casos, acentuava as diferenças culturais e de características e capacidades pessoais de que os alunos eram portadores (Rodrigues, 2001)
Os valores das “escolas especiais” estão embebidos dos valores da escola tradicional. São duas faces de uma mesma moeda.
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