Inclinação preliminar sobre a verdade cartesiana
DCHF – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
ESPECIALIZAÇÃO EM FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
FIL 003 – HISTÓRIA E FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS
Luiz Eduardo Correia Vila Nova Junior
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INCLINAÇÃO PRELIMINAR
SOBRE A VERDADE CARTESIANA
Texto elaborado como parte da avaliação da disciplina História e Filosofia das Ciências, do programa de pós-graduação latu senso em Filosofia Contemporânea, cuja assinatura neste semestre letivo pertence ao professor Bruno da Mata Rodrigues.
Feira de Santana
2010
1. Prólogo
Pensar sobre a verdade se confunde com pensar sobre a realidade. A noção comum de verdade nos arremessa ao estabelecimento de relações de equivalência entre uma afirmação e um acontecimento ou fato. Se penso em investigar a veracidade de uma idéia, afirmação ou descrição, imagino de imediato a necessidade de comparação dessa idéia, afirmação ou descrição, com o objeto ou fato alvejado. Desta relação comparativa e intuitiva, poderíamos extrair as justificativas para, apenas então, atribuirmos o valor de verdade ou mentira à idéia, afirmação ou descrição.
A noção intuitiva de verdade envolve, portanto, três noções logicamente distintas: proposições ou juízos, fatos ou coisas com as suas propriedades e a relação de correspondência. Cada um destes elementos desempenha uma função específica: as proposições (entidades linguísticas) ou os juízos (entidades mentais) descrevem os fatos ou as coisas; os fatos (ou as coisas com suas propriedades) tornam as proposições (juízos) verdadeiras; a relação de correspondência liga as entidades linguísticas (ou mentais) com as entidades extralingüísticas (ou extramentais). (FILHO, 1992 p 11)
Assim, essa noção intuitiva de verdade supõe um acesso imediato e irrestrito à realidade dos fatos e/ou objetos e suas propriedades. Tal privilégio é a condição para que se possa estabelecer a necessária relação de correspondência entre (1) a idéia, afirmação ou descrição e (2) o objeto ou