INCERTEZAS: ciência maculada pela visão da dominância
INCERTEZAS: ciência maculada pela visão da dominância
Toda formulação da ciência é refutável (HENRIQUES,2011:19).
A ciência, tal qual a humanidade, passa por processos de transformação. Esta não por significar, muitas vezes, melhorias, contudo, mudanças e tais estudos contribuíram para as concepções dos métodos científicos utilizados até hoje. A ciência passou a ser uma maneira de se narrar o mundo, uma forma “do conhecer” socialmente localizado, ou dominado. Assim, para formas de representação diversas da ciência, abordamos as interfaces de ciência a partir de B. LATOUR (2000); T. KUHN (2009) e B.S.SANTOS (2008).
A ciência foi desvelada de acordo com a época social de cada autor. Trazendo paradigmas típicos de cada realidade, alguns além dela. Latour (2000), por exemplo, aborda uma visão construtivista para o processo de produção da ciência. Esse construir é científico, realizado por elementos humanos (engenheiros, cientistas, etc) e por elementos não humanos (laboratórios, máquinas). “Não há muita diferença entre pessoas e coisas: ambas precisam de alguém para falar em seu lugar” (LATOUR, 2000:120).
Essa construção é de extrema relevância para Latour (2000), visto que ele relata a importância do estudo da ciência no momento em que é feita, produzida. Trata-se do fazer científico e seus bastidores, a ciência e tecnologia trazida pela “porta de trás”. É a ciência externa, do movimento cientista, que chega aos objetos de pesquisa, em constante construção/revisão. A ciência não se reduz apenas ao laboratório, mas também a professores, advogados. Por isso, a atividade científica é analisada como uma prática complexa, que inclui não apenas os participantes da prática científica, mas inúmeros atores e que não ocorreria sem a circulação/comunicação das ideologias (atribuição de significados), e sem o reconhecimento dos participantes e de uma intricada rede de representantes de diversos setores da sociedade (cientistas,